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Alunos especiais da Escola Raul Venturelli apresentam a peça “Alice no País das Maravilhas”

Os alunos da Escola Estadual Dr. Raul Venturelli que recebem atendimento pedagógico especializado por meio da sala de recursos apresentaram na última terça-feira, dia 28, a peça teatral “Alice no País das Maravilhas”, com a presença de um grande público.

Os 17 estudantes de 13 a 23 anos com deficiência intelectual, juntamente com os professores e profissionais da área de cultura e artes, se reuniram e ensaiaram desde março a apresentação da peça, que resultou em uma linda e emocionante exibição para os pais, professores, comunidade e demais alunos. Durante toda a apresentação houve interpretação em libras realizado pela educadora Amanda Hussar para alunos com deficiência auditiva.

Segundo a direção da Unidade Escolar, o objetivo do teatro é melhorar a autoestima desses alunos e mostrar que, dentro de suas limitações, são capazes de desenvolver atividades como a leitura, a interpretação e o teatro.

As professoras especialistas em educação inclusiva, Alessandra Martinho, Mônica Martinho e Silvia Oliveira, contaram que essa foi a terceira peça teatral em seguida apresentada pelos alunos, que no primeiro ano apresentaram “O Pequeno Príncipe” e no segundo ano “Os Saltimbancos”.

“É importante destacar que antes das apresentações é realizado todo um trabalho pedagógico como leitura de livros e estudo de situações. Por meio do teatro, o desenvolvimento intelectual é visualmente notado, além da melhora do relacionamento interpessoal e da habilidade linguística. O resultado final foi bastante rico, pois quebrou a barreira de que o deficiente é invisível, sendo que eles provaram a capacidade que têm, visto que além da apresentação, também trabalharam na decoração do local. O projeto ajudou na moral e na questão dos valores desses alunos”, disseram.

O educador Alexandre Mendes foi o responsável pelo ensaio junto aos estudantes nas peças. Para ele, o amor, a dedicação e coração aberto são extremamente importantes para realizar esse trabalho. “A parte técnica nós temos, mas o olhar humano, com amor é imprescindível. Tem que haver carinho com o ser humano”, afirmou.

Mendes explicou também que além dos ensaios iniciados em março, foram realizadas viagens e visitas em apresentações fora da escola para que os alunos pudessem entrosar com as questões de plateia, maquiagem e figurino. “Esse trabalho tem uma importância enorme para a cultura da cidade e para o desenvolvimento das crianças. Para mim foi algo único, foram momentos que nunca vou me esquecer e que me fazem crescer como ser humano e como profissional”.

Valéria de Oliveira, mãe da aluna Ana Cristina de Oliveira, de 16 anos, protagonista na peça teatral, também participou da encenação. Para ela, agir juntamente com a filha nesse projeto foi gratificante. “Eu sempre fui presente nas atividades e nos trabalhos da Ana, gostei muito de participar dessa apresentação. O teatro ajudou a minha filha a melhorar o comportamento dela, pois ela era muito irritada e nervosa, mas agora a melhora é visível”, falou.

Ana Cristina também revelou: “Gosto muito do trabalho do teatro, porque por meio dele pude desenvolver habilidades que não conseguia antes como falar com as pessoas. Ajudou-me também nas aulas e nos meus relacionamentos. É a terceira vez que participo das apresentações e com isso aprendi o quanto é importante valorizar as pessoas”.

No encerramento, a escola prestou uma série de homenagens, com destaque para o agradecimento à diretora do Raul Venturelli, Margareth Ferreira Rodrigues, que se aposenta no próximo ano da função. A ação deixou o público comovido e a emoção tomou conta do anfiteatro da escola, tamanho o amor e o carinho transmitido pelos alunos.

Sala de recursos

A sala de recursos da Escola Estadual Dr. Raul Venturelli trabalha as habilidades dos alunos com deficiência intelectual durante o contraturno das aulas com as três professoras responsáveis: Alessandra Martinho, Mônica Martinho e Silvia Oliveira.

“Os alunos frequentam as aulas normalmente com os demais estudantes e no contraturno são trabalhadas as habilidades de acordo com a necessidade de cada um deles”, explicaram.

Segundo as professoras são vários e bons os resultados já obtidos por meio do acompanhamento especializado. “É possível perceber a evolução dos alunos, eles conseguem se comunicar, conhecem os seus direitos, conseguem realizar a própria higiene e se impor nas aulas. Já conseguem sair sozinhos. Esses dias um deles perdeu a van e conseguiu chegar sozinho à escola. Ficamos surpresas, porém felizes com esse avanço”, falaram.

Ainda de acordo com as professoras, a intenção do trabalho é levar informações às famílias, mostrar os direitos que eles têm, como o processo do transporte público gratuito, que já está sendo realizado, buscar a independência e apoio na inserção no mercado de trabalho. “Já entregamos dois currículos de alunos que sabemos que têm plenas condições de trabalharem normalmente. A aluna Ana Cristina, por exemplo, realiza o trabalho de manicure desde o começo desse ano”, contaram emocionadas.

As educadoras explicaram também que além do teatro, foram promovidas atividades durante o ano, como a visita ao Fundo Social de Solidariedade e ao Pró Jovem, a atividade de recreação em uma chácara do município, além de os alunos participarem no projeto de informática da entidade Legionários na Defesa do Menor.

Por fim, as professoras falaram que os alunos com deficiência nunca passaram por qualquer tipo de preconceito na escola e que vão continuar o trabalho de apoio especializado sempre em busca de ajudar e desenvolver as habilidades de cada estudante com o objetivo de fomentar a inclusão social.

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