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Bailarinos de Capão Bonito viajam para competição internacional em Cancún

COMPETIÇÃO INTERNACIONAL – Dois bailarinos deixaram Capão Bonito nesta quarta-feira (23/06) para participar de uma competição internacional de dança em Cancún, no México.

Com um solo de contemporâneo e um de danças urbanas, os dançarinos Camila Josefina Jesus e Flávio Marcelino Vanderlei pretendem levar um pouco da arte do interior paulista ao exterior, ao mesmo tempo em que realizam um sonho de criança.

“A nossa cidade realmente gosta de arte, dança, e a nossa responsabilidade aumenta porque está todo mundo torcendo, querendo ver, então queremos trazer algo positivo nesse momento de tanta tristeza. É um motivo de esperança para a cidade de Capão Bonito”, afirma a bailarina.

Camila e Flávio fazem parte de uma companhia de dança composta por nove bailarinos, de várias técnicas e estilos de dança diferentes. A ideia era criar um grupo que representasse Capão Bonito, levando o nome da cidade para mostras de dança e aprimorando o conhecimento técnico.

Com bailarinos de 16 até 43 anos de idade, o grupo se inscreveu no ano passado para a etapa latino-americana da Universal Dance, e a coreografia de contemporâneo da companhia ganhou o prêmio de segundo lugar, além de uma vaga para a etapa mundial, que será realizada nesta semana.

“Essa apresentação foi totalmente online, então teve transmissão ao vivo, toda uma torcida de Capão, e também ganhamos o prêmio de coreografia mais criativa do campeonato. Só que infelizmente para o mundial não iremos todos, pelo custo ser alto e também porque os outros têm compromissos”, explica Camila.

A moradora de Capão Bonito, que tem 43 anos de idade e 35 de carreira na dança, vai se apresentar no México com um solo de contemporâneo. Já Flávio, que começou a dançar aos 10 anos e hoje tem 21, montou um solo de danças urbanas para a competição.

Segundo os dançarinos, a Lei Aldir Blanc contribuiu com R$ 9 mil, valor que pagou metade dos custos da viagem. A Secretaria de Cultura do município informou que a prefeitura também ajudou os artistas com o transporte para o aeroporto de Guarulhos, e o restante será pago pelos próprios bailarinos.

“Eu pedi patrocínios e acabei ganhando um bolo que rifei e também vendi rojão, uma carne específica do interior, de Ribeirão Branco. Consegui uma ‘grana’ com isso e alguns empresários me ajudaram também”, relata Flávio.

O diretor de Cultura de Capão Bonito, Alexandre Mendes, acompanhou toda a preparação dos artistas para a competição. Para ele, essa visibilidade é muito importante para o município.

“Nossa expectativa é grande, estamos todos torcendo porque nós conhecemos o trabalho dos dois, e eles são muito respeitados na cidade, na região. Acreditamos que eles trarão frutos maravilhosos”, comenta.

Viagem – Camila e Flávio embarcaram nesta quarta-feira (23) e as apresentações serão dos dias 24 a 27 deste mês. Outros dançarinos de Toledo (PR) também foram para a competição, que será realizada de forma presencial, mas sem público por causa da pandemia de coronavírus.

“Eles iam mudar a competição para 2022, mas lá não está tão ruim como aqui e conseguiram reorganizar, com os protocolos sanitários. A gente sente falta do calor da plateia, dos aplausos, mas eu vou carregar todo mundo que torce por nós. Eu penso em cada rostinho quando eu vou ensaiar”, conta Camila.

Durante a estadia em Cancún, os bailarinos vão ficar em um hotel que foi fechado para o evento. No México, as apresentações serão transmitidas ao vivo, mas os dançarinos ainda não sabem se será possível acessar pelo Brasil.

Camila contou que o vencedor da competição vai voltar para casa com um troféu, certificado e como embaixador de dança do país. “É um renome mundial, um peso para o currículo”, comenta.

“É um sonho de criança que eu estou realizando. Antigamente nós treinávamos para apresentar em quermesses, festas, e sempre acompanhei a evolução da dança em Capão Bonito. Mas eu via lutadores lutando fora do país e sempre imaginava fazer o mesmo com a minha dança”, conta Flávio, que já foi aluno de Camila.

Para o jovem, que nasceu em um bairro periférico de Capão Bonito, a dança é um emprego e um estilo de vida, que proporcionou muitas conquistas para ele ao longo dos anos.

“Sou engajado em alguns projetos, levo minha arte e a minha dança nos bairros mais carentes, porque eu venho da periferia. Lá é fácil o acesso às coisas ruins, e a dança me deu esse caminho certo. A dança forma cidadão, é incrível”, afirmou.

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